Matéria escrita em colaboração ao site: MundoTRI
Por Felipe Miranda
É notável a evolução dos esportes de resistência nos últimos anos. Cada vez mais os atletas e eventos buscam desafios que se integrem e tenham proximidade com a natureza.
Exemplo disso são os eventos de triathlon cross coutry que estão se espalhando rapidamente pelo mundo a fora. Atletas de várias outras modalidades como o ciclismo de estrada e corrida de rua também tem incorporado as mountain bikes em seus treinos e na pré-temporada, conseguido benefícios que se estendem muito além da preparação física.
As mountain bikes são bicicletas versáteis e apesar das várias modalidades existentes, as “mountain XC” (usadas para as modalidades de resistência – maratona “XCM” e circuito “XCO”) podem ser usadas para andar em qualquer lugar que se desejar. São bicicletas que oferecem conforto e leveza já que são desenvolvidas para serem usadas em trilhas, estradas de terra e locais com muitos obstáculos.
Por onde começar e qual mountain bike comprar
Antes de iniciar a prática de qualquer esporte é muito importante que se busque ajuda profissional qualificada, informações e orientações em lojas especializadas ou com amigos que já praticam e tenham boas experiências, assim pode ser evitado que você comece no “escuro” e corra o risco de abandonar o esporte antes mesmo de aproveitar quaisquer benefícios que ele pode oferecer.
Assim como qualquer bicicleta das diversas modalidades do ciclismo, as mountain bikes e seus componentes (quadro, pé de vela, avanço, guidon, canote, banco etc.) possuem tamanhos e características diferenciados. Então devemos comprar uma bike que se adéque as nossas individualidades e objetivos, levando em consideração nossas dimensões corporais e as restrições financeiras.
Fazer um bike fit garante a compra de uma bike no tamanho correto, ajudando a evitar lesões melhorando a eficiência. Leia a matéria: Pedale mais rápido melhorando sua técnica: parte 2
Se o atleta pretende competir várias provas durante o ano vai precisar de uma bike mais leve, que tenha freios a disco e uma boa suspensão dianteira (hidráulica que combine ar e molas). Os quadros mais leves são os de fibra de carbono e os com melhor relação custo/beneficio são os de alumínio.
Existem também os quadros “full suspension”, são os que possuem suspensão traseira, esses quadros acabam ganhando algumas gramas, mas com a vantagem de transmitir mais conforto, ajudando a transpor obstáculos e permitindo uma melhor tração. Nesse caso, uma bike leve tem o custo elevado, pois empregam materiais como a fibra de carbono além de usarem tecnologias mais sofisticadas na suspensão traseira, que se mantêm rígida em situações de esforço e “sprints” ou possuem travas manuais para esse fim.
Já para o atleta que pretende competir esporadicamente e usar a mountain bike para alguns treinos e pré-temporada, uma bike rígida (sem suspensão traseira) de alumínio com freios v-brake vai atender e proporcionar bons pedais. Procure uma bike que permita um “upgrade” para os freios a disco, pois tomando gosto pelo esporte e pelas competições pode se adicionar freios melhores que facilitam muito o controle da bike em descidas com pedras soltas, lamas e raízes.
Se for comprar uma bike com freios a disco ou se quiser dar um “upgrade” na sua com v-brakes, prefira os freios hidráulicos, pois são bem mais precisos que os mecânicos e com uma diferença de preço que pode valer a pena.
Mas o principal é comprar uma bike com as medidas corretas e que realmente atenda suas necessidades. A prática do mountain bike exige muito do equipamento, principalmente se for usada em trilhas acidentadas e competições, então o barato pode sair caro se o equipamento for muito simples e for usado em condições acima do que pode suportar.
Felipe Miranda é treinador esportivo da OCE – Treine.net, Bacharel em Educação Física pela Faculdade Estácio de Sá – Belo Horizonte e competidor de mountain bike desde 1999. Em 2009 foi campeão dos 5 horas de MTB e finalizou por duas vezes uma das maiores ultra-maratonas em mountain bike, o ABSA Cape Epic que acontece todo ano na África do Sul.