O experiente ciclista de Mendes/RJ, Robson Ferreira, é o maior expoente do MTB fluminense e um dos grandes nomes do MTB nacional. Bi-campeão brasileiro de Mountain Bike Marathon, o ciclista confirmou nesta semana a participação no "Tour de France do MTB", o Cape Epic, na África do Sul, em março de 2011. Robson competirá em dupla ao lado do mineiro Hugo Prado Neto, outro grande ícone do nosso MTB. O convite partiu de Hugo para fechar a dupla, pois segundo ele "o Robson é um dos melhores maratonistas, se não o melhor, do Brasil".
A Cape Epic é uma grande maratona de MTB disputada em 7 etapas, percorrendo áreas selvagens da África do Sul. É a maior competição de MTB por etapas e uma das mais difíceis em todo o mundo. Segundo Hugo Prado Neto, "isso acontece pelo fato de todos os melhores corredores de XC e maratona participarem, pelo grau de importância de preparação para a temporada, pela grande distribuição de pontos da UCI e o mais importante: é a competição mais televisionada no mundo, passa na TV em mais de 175 países". As equipes são compostas por duplas, e a cada ano uma nova rota é apresentada aos competidores.
A Cape Epic tem o mérito de ter sido a primeira competição de MTB por etapas e por equipes a contar pontos para o ranking internacional da UCI (Union Cycliste Internationale). Dessa forma, o evento atrai grandes nomes do MTB mundial como Cristopher Sausser, Bart Brentjens, Ralph Naef e Jose Hermida. Apesar do alto nível, a prova também está aberta à amadores. O número de participantes é limitado à 1.200 pilotos.
Leia abaixo a entrevista exclusiva cedida pelo piloto Robson Ferreira ao BikeBros, onde são expostos alguns detalhes da preparação da equipe.
BikeBros: Robson, como surgiu a oportunidade de participar do Cape Epic?
Robson Ferreira: Partiu de um convite do atleta Hugo Prado, e por sermos ambos patrocinados pela KHS.
BB: Como está sendo o preparo físico e técnico para este desafio?
RF: Por ser uma das provas mais exigentes do cenário do MTB a preparação é minúsciosa. Estou trabalhando bastante a parte de resistência, pois serão 7 dias de prova e não esquecemos do fortalecimento geral da musculatura e parte explosiva, pois estaremos com os melhores do mundo, e todos estarão na fase inicial competitiva do ano. Assim, estaremos de igual para igual para com os melhores do MTB XC & XCM se depender da nossa preparação.
BB: A parceria com o Hugo certamente será muito positiva. Dá para prever algum resultado expressivo?
RF: A expectativa é de terminar entre as 15 primeiras duplas.
BB: Já existe alguma estratégia montada para os dias de prova?
RF: Inicialmente, as negociações de apoios para a realização da viagem estão tomando um pouco o nosso tempo. Assim que estiver realizada esta parte vamos começar a traçar as estratégias e competir algumas provas juntos para sabermos como estamos fisicamente.
BB: Muitos atletas sofrem com a busca de patrocínio para projetos grandes. Como vocês captaram recursos para este desafio?
RF: O projeto é totalmente do Hugo, ele havia efetuado a inscrição que foi no valor de R$ 7.000,00 e a logística de viagem. Ele já tinha tudo em mãos, só faltava eu arrecadar as minhas despesas e passagens aéreas. Até então a Amazonas Bike e a KHS já custearam uma boa parte do que preciso e o Hugo conseguiu um apoio também que me ajudou em uma parte da passagem.
BB: A participação no Cape Epic abre muitos caminhos em outros eventos de Long Distance. Há a possibilidade para você participar de outras duras provas internacionais como a Trans Alp Challenge ou a Ruta de Los Conquistadores?
RF: Sim, e será um projeto para depois de 2012, pois até então estarei competindo provas de Long Distance mas que não atrapalham na preparação para o Cross Country que é meu foco até as Olimpiadas de 2012. O Cape vem para melhorar minha performance em busca da vaga olimpica.
BB:A participação brasileira em provas de maratona internacionais está crescendo, assim como o número de maratonas no Brasil. Você acha que o MTB nacional está se tornando definitivamente "maratonista"?
RF: O MTB Nacional já se tornou maratonista, pois temos muito mais provas no formato Maratona do que Cross Country. Para quem compete o grande prazer é fazer um percurso maior onde passamos por várias paisagens e etc, diferente do Cross Country onde ficamos estagnados a uma área só. Mas para o público e a divulgação do esporte o Cross Country é totalmente dinâmico, dependendo da pista a visibilidade é de 80 a 90% e isso atrai mais adeptos.
O BikeBros deseja toda a sorte aos pilotos Robson e Hugo, que certamente colocarão nosso MTB em grande visibilidade internacional!
Texto e fotos: Hudson Malta/Bikebros.com.br